3 de ago. de 2024

Venezuela, uma nação rica que amarga a pobreza do populismo e do autoritarismo

 

Autor: Fernando Silveira de Oliveira, advogado sócio de Jobim Advogados Associados e vereador de Santiago - RS.

    É impressionante como a política é responsável pela construção e também pela destruição de uma Nação. Não é exagero falar que tudo passa pela política. Um exemplo conhecido é o caso da Venezuela, a promessa de uma potência econômica mundial, impulsionada pelas maiores reservas de petróleo do mundo, tendo índices por volta do ano de 1977 que deixavam até os mais ricos países do norte europeu com inveja, com apenas 6% da população em pobreza extrema.
    Esse cenário, com certeza, é totalmente diferente dos dias atuais, onde o país que ombreava níveis de renda com o Japão e Nova Zelândia, vive uma profunda crise econômica com hiperinflação, escassez de comida e medicamentos, além de contabilizar níveis de mortalidade infantil que são superiores aos de duas décadas atrás. Essa crise humanitária, equipara a Venezuela atual com o mais dramático sofrimento dos países pobres da África subsaariana.
    Tem explicação para uma gigante mudança? Sim, as péssimas escolhas políticas que foram pautadas pelo populismo, totalitarismo e um severo regime partidário que combate e persegue seus adversários. É verdade que há vários atores partícipes desse crime, como os militares e as forças jurídicas do país, além do respaldo internacional de parceiros políticos como hoje, no Brasil, e na China comunista e na Rússia socialista. Essa questão vai muito além de paixões ideológicas ou da dicotomia entre direita e esquerda. Há líderes da esquerda que não compactuam com o herdeiro político de Hugo Cháves que chegou ao poder em 1998, o atual ditador Nicolás Maduro, como Mujica no Uruguai e Boric no Chile.
    A pobreza intelectual, política, social e econômica que é imposta pelo populismo e o autoritarismo, seja a vertente que for, é responsável por impedir o crescimento de uma Nação que tem tudo pra dar certo. Pior, causa um retrocesso jamais visto. E estamos falando algo que vai muito além do impedimento de eleições limpas e democráticas, mas que causa a fome, a morte e ceifa todos os sonhos de um povo que não sabe a quem recorrer e busca, na imigração, a fuga para a sua sobrevivência. Maduro só é mais um player, entre tantos outros que pregam uma forma de se fazer política que é gananciosa e que não aceita ser contestada. Nem que pra isso busque impedir o futuro da sua gente. É um presságio que devemos evitar.

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