27 de set. de 2022

ARTIGO: 2022, A ELEIÇÃO DA IMORALIDADE DO DINHEIRO PÚBLICO

 

Você já pensou em ver alguém que você não acredita, usando do teu dinheiro para se beneficiar fazendo campanha política defendendo bandeiras que tu não compactua? Então, é isso que acontece com o uso de dinheiro público para pagar campanhas eleitorais. Eu posso falar com autoridade no assunto, visto que na eleição de 2020 que concorri ao cargo de vereador de minha cidade natal eu recusei o uso de dinheiro público e não usei nenhum centavo sequer. Sendo a campanha mais barata dos eleitos e, uma das mais baratas entre todos os candidatos.

Entre os defensores, há argumentos de que o fundo eleitoral é necessário para democratizar as eleições, possibilitando que pessoas comuns possam disputar os pleitos, possibilitando uma paridade entre candidatos ricos. Outro argumento é que subsidiado com dinheiro público ocorrerá a renovação dos espaços de representação política. A prática coloca por terra esses argumentos. O que é nítido é que o dinheiro público é manejado por caciques partidários, distribuindo o recurso de forma desigual entre os seus apadrinhados e por detentores de mandato. Visto que a legislação que colocou no orçamento mais de R$ 4.900.000.000,00 (quatro bilhões e novecentos mil reais) não determinou regras claras e paritárias de distribuição, delegando isso aos dirigentes partidários. Além do fundo eleitoral, os partidos também recebem anualmente dinheiro público do fundo partidário, para que os partidos mantenham suas atividades.

No Rio Grande do Sul, temos candidatos a deputado federal que buscam a sua reeleição com o suporte de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) de dinheiro público, sem falar nos candidatos ao Senado e ao Governo. É muito dinheiro despejado em algo que passado o período eleitoral, não terá serventia alguma, pois nem o material usado hoje poderá ser reaproveitado em outras campanhas eleitorais, em função do CNPJ que identifica os materiais de divulgação de candidaturas.

Sem falar nos casos de simulação de negócios como prestação de serviços das campanhas eleitorais para que pessoas específicas sejam beneficiadas com o recebimento do dinheiro público. Imagina o quanto isso beneficiária as pastas de saúde, educação e segurança nos estados e municípios brasileiros? Sim, dinheiro que vai escoar pelo ralo e não voltará mais para o Tesouro para que possa beneficiar a população. Essa será a eleição da imoralidade com uso de dinheiro público, que dificulta a renovação dos espaços e torna cada vez mais desigual a disputa, já que além de emendas parlamentares de deputados, eles também entram na eleição com valores absurdos para torrarem nas campanhas eleitorais. Por isso eu penso muito bem antes de votar e pesquiso no site da Justiça Eleitoral as formas de financiamento dos candidatos que querem meu voto, que querem meu apoio. Faça o mesmo e tenha uma boa escolha!

 

*Por Fernando Silveira de Oliveira, bacharel em Direito, pós-graduando em Direito Administrativo e Gestão Pública pela Fundação do Ministério Público e vereador eleito em 2020 em Santiago, sem usar dinheiro público.


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